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    Não sei se nasceram na época de 80, tal como eu. Mas ali entre os 80 e 90's eu considerava que andar de avião era uma coisa para pessoas bastante, mas mesmo bastante ricas. Tipo, uma coisa que eu nunca na vida iria alcançar. Quando somos crianças e não temos por hábito fazer alguma coisa, pensamos que aquilo não pertence ao nosso mundo. Que é inatingível.
    As minhas férias repartiam-se entre Algarve e Mangualde. Na altura até gostava de ir para o Algarve, porque ia com os meus primos e passávamos o dia todo na brincadeira. Mas Mangualde nunca foi a minha "cena". Considerava um lugar muito parado. Não se fazia nada. Com pouca coisa para fazer.


    Actualmente quando penso nos lugares que já conheci - que não foram muitos - dou por mim a ter pensamentos como "espero poder continuar a ter esta vida e nunca parar de conhecer novos lugares".  Mas melhor que tudo, é poder partilhar estes momentos com pessoas que amamos. Por norma viajo com o meu marido, mas o ano passado viajei pela primeira vez com os meus pais e irmão. Foi a primeira viagem de avião do meu irmão. Partilhar com eles estes momentos, foi muito prazeroso.

    Os anos 80 e 90 foram muito bons em variadíssimos aspectos. Mas a partir de 2006 passei a ser culturalmente mais rica. E quero continuar a ser e poder proporcionar estas experiências aos meus filhos, caso os venha a ter.


    Como foi a vossa infância? Viajaram muito? Que cidades conheceram enquanto crianças?

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    Esta semana assisti a um documentário na Netflix chamado Expedition Happiness.
    Resumidamente este documentário mostra a jornada de um casal alemão, que em 2016 largou a vida que tinha em Berlim para partir numa aventura pelo continente americano. Encontraram na Internet um autocarro escolar para venda e decidiram comprá-lo. E em três meses criaram um loft sobre rodas. Nele partiram, juntamente com o cão Rudi, numa aventura que passou pelo Canadá, Alasca, Pacific Highway e México.
    O que mais gostei neste documentário foi o facto de nos terem mostrado tanto as partes boas como as más deste género de aventuras. Enquanto espectadora, tive um misto de sentimentos: felicidade, tristeza, ansiedade, admiração, adoração, carinho entre muitos outros que vão sentido ao longo do filme. E a banda sonora está muito bem conseguida: ficou toda a cargo da Mogli (a protagonista), que aproveitou esta viagem para se inspirar para o seu segundo álbum. Oiçam as músicas. São muito bonitas.

    Facebook Expedition Happiness | Instagram Expedition Happiness | Youtube Expedition Happiness | Documentário Expedition Happiness na Netflix | Mogli Site Oficial

    Com isto, queria apenas partilhar que um dos meus sonhos era poder ser autónoma o suficiente para poder largar tudo e andar a viajar pelo mundo a fotografar. É um sonho que nunca tive coragem para concretizar.
    No entanto, ainda esta semana vi um vídeo no youtube, de uma rapariga que falava que já foi nómada digital. Na opinião dela, há sempre as coisas boas e más de ter este género de vida. Que é muito bonito no início, porque vemos coisas novas, conhecemos pessoas diferentes. Mas que ao fim de algum tempo, sentimos necessidade de ter o nosso espaço, a nossa casa, os nossos amigos. E isso fez-me pensar. Eu sou tão agarrada à minha família e ao meu espaço que talvez começasse a sentir a mesma necessidade.
    De qualquer das formas, não me importava de arriscar. Nunca é tarde para seguir certos sonhos, não acham?

    E vocês? Já se tornaram nómadas digitais? Têm o sonho de largar tudo e viajar pelo mundo? Já assistiram a este documentário? Partilhem as vossas opiniões connosco.

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    Vista do topo do "Diamond Head State Monument"  - Oahu


    Este ano novo chinês, tive finalmente oportunidade para ir a um dos meus destinos de sonho - o Hawaii - e decidi fazer aqui uma série de posts para partilhar com vocês as minhas dicas.
    Este é o primeiro de três posts, com dicas gerais mas essenciais para quem vai pela primeira vez. O  segundo será sobre Oahu e o terceiro sobre Maui.

    O Hawaii superou todas as minhas expectativas. Sempre esperei encontrar praias paradisíacas, mas não contava com montanhas e vulcões de cortar a respiração e acho que nunca comi tão bem numa viagem. A cultura riquíssima, com algumas influências portuguesas, foi também algo que me surpreendeu e que falarei mais tarde.

    Mas para que tudo corra bem, partilho com vocês as minhas dicas:

    1 - QUAL A MELHOR COMPANHIA AÉREA?

    Não há voos directos de Macau/Hong Kong para o Hawaii (nem de Portugal) por isso planeiem a viagem com antecedência para conseguirem perder o menos tempo possível em escalas (o ideal será uma escala em vez de duas).

    De Hong Kong, as melhores hipóteses são voar para Honolulu via Manila (Philippine Airlines), Tokyo (ANA ou Japan Airlines), Seoul (Korean Air, Asiana) e Guam (United). Geralmente, os voos partem à noite e chegam a Honolulu na manhã do dia anterior: ou seja ganhamos um dia. No entanto, no regresso a viagem é feita de dia e devem ter em atenção se chegam um ou dois dias depois (hello jetlag!).

    A viagem mais curta é por Guam, mas eu aproveitei uma promoção e optei pela ANA via Tokyo. Apesar das hospedeiras da ANA serem uma simpatia e as refeições não serem más, os aviões não são novos e o entretenimento é fraco. Para além disso, a funcionária do check in em Hong Kong foi extremamente incompetente, recusando-se a dar-me o bilhete de Tokyo para Honolulu, apesar de eu ter já lugar marcado. Limitava-se a dizer "o sistema não permite". A minha preocupação era a escala em Tokyo não ser muito longa mas o terminal de chegada e embarque é o mesmo. Por isso, se isto vos acontecer, fiquem descansados que não perdem o avião.

    Se optarem por ir por Guam, lembrem-se que o tempo de escala é mesmo muito curto e têm que passar na emigração porque estão a entrar nos EUA.

    2 - PRECISO DE VISTO PARA OS EUA?

    A maior dos países europeus (Portugal incluído) não necessita de visto para os EUA. Tudo o que necessitamos é de uma autorização para viajar. Trata-se de um sistema electrónico designado por ESTA (Electronic System for Travel Authorization). O ESTA requer-se online AQUI e basta fornecer os dados do passaporte, o vosso contacto e pagar 14 dólares. O ESTA é válido por 2 anos.

    No site oficial dizem que basta pedir o ESTA com 72 horas de antecedência mas o meu conselho é que o façam o mais cedo possível, porque se for negado terão que ir a uma embaixada ou consulado e às vezes demora semanas para se conseguir dia para ser atendido.

    À chegada a Honolulu, fazem-nos imensas perguntas (quantos dias vamos ficar, se viemos para trabalhar, se conhecemos alguém no hawaii, etc, etc) mas é tudo rotina por isso não se preocupem. No meu caso, não consegui fazer o procedimento nas máquinas automáticas disponíveis (deu erro) mas correu tudo bem. Por isso se passarem pelo mesmo já sabem que é normal e não há necessidade de entrar em pânico.

    3 - VALE A PENA ALUGAR CARRO?

    Na minha opinião, é imprescindível alugar carro. Há imensa coisa que vocês vão querer ver e não vão querer ficar dependentes de tours. Não há nada como pegar no carro e conduzir sem destino. Ir parando aqui e ali para ver vistas incríveis, descobrir praias desertas, falar com os locais, comer num sítio que nos chame a atenção.

    Eu escolhi a companhia Alamo porque era a que tinha preços mais atractivos. Já não é a primeira vez e fico sempre extremamente satisfeita. O procedimento de check in é rápido e a entrega não podia ser mais eficiente. Aconselho-vos a escolherem o seguro contra todos os riscos mas não vale a pena comprar o depósito de gasolina, uma vez que fica mais barato serem vocês a fazer o depósito antes da entrega do carro (não se esqueçam é de ir com tempo!). Têm também um shuttle bus gratuito do aeroporto até ao rent-a-car e vice-versa mas isso é prática comum com todas as companhias. Aluguem com antecedência, especialmente nas épocas altas porque os carros podem esgotar ou os preços ficarem excessivamente altos.

    No Hawaii são bastante relaxados a conduzir e é relativamente fácil orientarem-se. Não precisam de um carro muito grande. O meu marido, em Maui, optou por um Rangler (pela piada da coisa) mas não é fácil de conduzir e não era de todo necessário já que estradas estão em boas condições. Só diria para optarem por um Rangler (ou semelhante) se decidirem fazer estradas não alcatroadas (por exemplo, na estrada para Hana). Apesar de teoricamente não se poder levar o carro de aluguer para lá...


    O nosso carro em Maui - a matrícula diz "The Aloha State" 


    Aconselho-vos a comprarem cartão com internet, é extremamente útil por causa do google maps.  

    4 - É MELHOR FICAR NUM HOTEL OU OPTAR PELO AIRBNB?

    Os hotéis são extremamente caros, o que não é de admirar porque para além da taxa que estamos habituados, a maioria dos hóteis ainda cobra a chamada "resort fee" (20 a 30 dólares por noite!). Um hotel de luxo, custa entre 400 a 600 dólares por noite. Um hotel de 5 estrelas que ficaria na Ásia em 150 dólares por noite, custa no Hawaii o dobro.

    Para além disso, e ao contrário do que sucede em Maui, em Oahu o estacionamento não é gratuito e fica por cerca de 40 dólares por noite!

    Dica que não vem nos livros: por detrás do jardim zoológico em Waikiki podem estacionar gratuitamente.

    Portanto, a menos que encontrem uma excelente promoção, as melhores opções serão:
    - o Airbnb;
    - Apart-Hotel (com a vantagem de poderem cozinhar); e
    - Bed and Breakfast (para mim pessoalmente, uma melhor alternativa aos hostels).

    Reparem que vai haver tanta coisa para ver que não vão querer estar no quarto. Para além disso, quem precisa de piscina, com as praias paradisíacas que têm nas ilhas?



    Aston at the Whaler (foto do site oficial) - conseguimos uma óptima promoção neste apart-hotel


    5 - PRECISO MESMO DE DAR GORJETA?

    Se já estiveram alguma vez nos EUA, sabem que se costuma dar gorjeta, especialmente nos restaurantes. O mínimo é 12% e o máximo sugerido é 20%. A gorjeta vem inclusive calculada na conta. Confesso que esta prática/costume cultural foi algo que me surpreendeu na minha primeira visita aos EUA, especialmente porque torna o almoço/jantar muito mais caro e era algo com que não contava.

    A razão por detrás deste hábito é o facto de o empregado ganhar o salário mínimo e com as taxas o mesmo ficar reduzido a quase nada. Mas não deveria ser o empregador a suportar o custo? E se o serviço for mau é mesmo preciso dar gorjeta? Sinceramente não sei. Não há nenhuma lei que vos obrigue a fazê-lo e certamente torna-se mais fácil não dar se não planeiam regressar aquele restaurante!

    Quando estive na Califórnia, senti essa imposição. No Hawaii, não tanto. Inicialmente deixava o mínimo sugerido (12%). Mas à medida que a viagem foi avançando - e percebi o quanto estava a gastar a mais - optei por deixar muito menos que o mínimo ou não deixar nada se não gostei do serviço. Não se preocupem eles sabem que se não deixarem gorjeta é porque provavelmente são europeus (sim, a sério!).

    6 - É CARO?

    Vou ser brutalmente honesta: sim! O paraíso não é barato e a seguir aos voos, alojamento e carro, aquilo com que gastarão mais dinheiro será provavelmente com comida.

    A comida é absolutamente deliciosa e vão querer provar tudo, mas os restaurantes não são nada baratos. Uma refeição normal para duas pessoas num restaurante de custo médio anda à volta dos 70 dólares. Isto dito, eu comi uma poke bowl com peixe fresquíssimo por 10 dólares.

    Se forem aos sítios certos (mais sobre isto nos posts seguintes) e optarem por cafézinhos e food trucks fica muito mais em conta. Se ficarem num apart-hotel ou airbnb poderão ainda cozinhar algumas refeições simples e fazer piqueniques na praia ou montanha.

    Dica que não vem nos livros: Não vão à ABC Store que encontram em todo o lado, optem por um supermercado como o Safeaway que  é muito mais barato.

    7 - EXISTEM PRAIAS SÓ PARA OS HOTÉIS OU SÃO PÚBLICAS?

    Todas as praias são paradisíacas e públicas. Mas levem a vossa própria toalha (levem na mala se tiverem peso para isso, escusam de gastar dinheiro lá) e chapéu (conselho de quem apanhou um escaldão em apenas duas horas).

    As cadeiras e chapéus para alugar são caríssimos. No nosso apart-hotel, em Maui, as cadeiras disponíveis para hóspedes estavam sempre ocupadas e alugar duas cadeiras e um chapéu ficava por 60 dólares por dia. Em Waikiki pediram-nos o mesmo.

    Se planearem fazer snorkeling (e acreditem vão querer fazer em Hanauma Bay) levem pelo menos a vossa própria máscara. Não só poupam dinheiro (gastei 20 dólares) como escusam de estar a usar algo já usado por outras pessoas... Se não levarem (porque não têm ou não querem), pelo menos peçam uma nova "mouth piece". Vão-me agradecer depois :-)

    8- QUAL A MELHOR ALTURA PARA IR?

    Apesar de termos ido no final de Fevereiro e termos tido sorte com o tempo (apenas um dia de chuviscos e uma tarde de chuva torrencial e trovoada) os meses com mais chuva ("inverno") são Novembro a Março e os meses mais secos são Junho a Setembro ("verão").

    Dica que não vem nos livros: No Verão e Natal está bom tempo mas são as férias dos miúdos, o que significa que vai haver muito gente e os preços vão estar muito mais altos. Evitem! Em termos gerais, os melhores meses são fim de Abril, Maio, Setembro e Outubro.

    9 - QUAIS AS ILHAS QUE DEVO VISITAR?

    Depende! Depende do que procurarem! Se tiverem tempo, vão a todas :-) Mas lembrando que para ver duas ilhas, deverão ter o mínimo de 10 dias. Duas semanas será perfeito para ver duas ilhas, máximo três.

    Eu estive em Oahu e Maui mas gostaria de voltar para visitar, por exemplo, a Big Island. Oahu foi a ilha onde aterrei. Maui escolhi por ter tanto praias lindas como cenários dignos de Marte (vulcão). De brinde quando lá fui, era a época das baleias!


    Baleias em Maui (mais fotos no post de Maui)


    Entre as duas ilhas voamos na Hawaiian Airlines. O avião é muito básico (a cadeira nem reclina) mas o voo nem 1 hora dura! É literalmente levantar e aterrar. No aeroporto, existem umas máquinas muito práticas onde vocês mesmo podem fazer o check in mas atenção que vão de pagar se levarem mala de porão (nós pagamos 25 dólares).

    10 - DEVO PLANEAR TUDO COM ANTECEDÊNCIA?

    De maneira nenhuma. O Hawaii é para relaxar, aproveitar e gozar sem demasiados planos. Apenas vos aconselho a reservar os bilhetes para Pearl Harbor (caso façam questão de lá ir - e devem!) e o luau (6 meses antes, pelo menos).

    Eu queria experimentar um luau, apesar de todos me dizerem que era muito turístico. Como queria uma experiência o mais autêntica possível, a minha única escolha foi o Old Laihana Luau. Como só me decidi quatro dias antes, estava cheio. Pedi para me colocarem na lista de espera e disseram-me que havia cerca de 50 pessoas à minha frente. A minha sorte foi que no dia H estava a chuviscar e houve muitos cancelamentos.

    O luau tem sempre um espectáculo e um buffet com bebida à descrição. A comida era óptima (kalua pork cozinhado durante horas debaixo da terra), as pessoas foram super simpáticas e gostamos bastante do espectáculo. Isto dito, se for a vossa primeira vez e não tiverem tempo não vão, não é nada do outro mundo.

    Espectáculo no Old Laihana Luau


    ALOHA e até ao próximo post!

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    Catarina em Praga

    A Catarina é portuguesa e neste momento é estudante universitária. Quando a conheci, foi em trabalho no ramo da fotografia. E foi através da fotografia que teve a oportunidade de viver e trabalhar em Praga por três meses. Ainda teve tempo para visitar outras cidades europeias, como conta nesta entrevista que poderão ler abaixo.

    1) Como surgiu a oportunidade de ires para Praga?
    A oportunidade de viajar para Praga sugeriu quando menos esperava.
    Ligaram-me quando estava eu de férias com a minha família. Nessa altura tinha dois telemóveis, mas raramente andava com um deles. Nesse dia por coincidência ou não, quando recebi a chamada da minha escola (ETIC Lisboa) a dizer-me que tinha sido uma das alunas convidadas/escolhidas pelo meu coordenador de curso para ir de Erasmus+ (3 meses), tinha os dois telemóveis comigo. Nessa altura ainda não sabia qual seria o meu destino.

    Catarina e o Castelo de Praga  
    Vista do Castelo de Praga
    2) Como foi a tua adaptação à cidade, à língua e aos costumes?
    Quando cheguei, dia 22 de Setembro, com mais duas raparigas da minha escola, não quis acreditar que aquilo estava realmente acontecer. Para além de ter sido a minha primeira viagem de avião (que correu muito bem e comecei adorar andar nele), não estava a acreditar que aquele país seria a minha casa durante três meses. Na altura até pensei que seria pouco tempo para fazermos tudo, mas não foi. Foi tempo suficiente para sentir a verdadeira saudade de casa, da família e dos amigos. Foi tempo suficiente para sentir saudades da minha língua, da moeda, dos costumes de Portugal e principalmente da comida.
    A minha adaptação não foi fácil. Tive uma semana de aulas de checo, para poder aprender o básico da língua, mas se hoje me perguntarem alguma coisa ou se me pedirem para falar, as únicas palavras que vão sair são: “Ahoj” (olá, informal), “Dobrý den” (olá, formal), “Prosím” (por favor), “Pardon” (Desculpe), “Děkuji” ou “Děkuju” (obrigada), “Na shledanou” (uma maneira de despedir alguém).
    Fui obrigada a desenvolver rapidamente o meu inglês, pois as respostas que tinha que dar iam por vezes mais além do meu conhecimento de inglês. Acabou por ser uma mais-valia, pois permitiu-me falar e viajar sozinha para outro país sem ter que levar um dicionário atrás ou um Google Translator. A adaptação à cidade foi fácil. Os transportes públicos estão muito bem pensados, existem inúmeros eléctricos que nos levam a qualquer canto da cidade, ou então basta apanhar o metro para chegarmos em pouco tempo ao destino.
    As pessoas nos cantos escondidos de Praga, onde não existe turismo, são frias e distantes, não gostam propriamente de falar ou de contactar com desconhecidos, não sabem inglês ou pelo menos não se esforçam a tentar ajudar. Infelizmente isto foi um problema, porque não só a “minha” casa estava num desses cantos ocultos, como também, por exemplo, um dia nas compras levei uma hora e pouco só para saber qual era o shampoo indicado para cabelos lisos, porque ninguém no supermercado quis ajudar-me. No fim não trouxe o certo porque as legendas das embalagens dos produtos estão todas em checo, húngaro e eslovaco.
    Nos transportes públicos não se ouve nenhuma pessoa a falar, e quando ouvimos é porque são turistas a passear ou estudantes como nós. Os animais de estimação são permitidos em qualquer lado: transportes públicos, shoppings, restaurantes, lojas de rua, etc. - a não ser que seja algum local especifico ou que tenha alguma placa de proibição. Acerca dos costumes não foi difícil. Algumas situações faziam-me confusão, mas com o tempo fui-me adaptando e adorando cada minuto passado naquela cidade. Houve momentos em que queria voltar para Lisboa, mas houve outros em que esse pensamento nem me ocorria.

    Praga - Charles Bridge (Ponte Carlos)

    3) Quais as maiores dificuldades nesses três meses que estiveste em Praga?
    Uma das dificuldades que tive foi adaptação ao inglês. Tinha muitas dificuldades em expressar-me tanto com quem nos acolheu, como com os nossos parceiros ingleses de casa (que tiveram connosco um mês, até virem os nosso dois colegas do Algarve) e com o meu chefe de estágio. Mas com o tempo e ajuda dos meus “irmãos” de casa fui melhorando e, com a experiência de Erasmus posso dizer que evolui bastante.
    Uma outra grande dificuldade foi o dinheiro. Fazer contas “à vida”, saber quanto poderia gastar em comida, quanto poderia gastar em viagens pela Europa e quanto poderia gastar em saídas e passeios.

    4) O que trouxeste de melhor desta viagem/experiência?
    É uma pergunta difícil, mas também muito geral. O que trouxe de melhor sem dúvida que foi o meu crescimento e a minha aprendizagem profissional na área de fotografia. 

    Praga - Vista das torres

    Praga - Vista das torres

    Praga - Vista das torres

    5) Se fosse hoje, terias escolhido de novo Praga para fazer Erasmus?
    Infelizmente ou felizmente não tive escolha com o destino, mas se convidassem-me novamente para ir de Erasmus, sem dúvida que diria que sim. Porque tanto poderia repetir os bons momentos como também tinha oportunidade de fazer coisas que ficaram pendentes.

    Praga 
    6) Imaginando que temos dois dias para ir a Praga: o que aconselhas a visitar?
    Felizmente Praga visita-se bem em dois/três dias, sem visitar museus. Mas sem dúvida que aconselharia a famosa Charles Bridge (Ponte Carlos), o castelo de Praga e a Catedral de S.Vito (lindíssima e majestosa). Aconselho também a Praça da Cidade Velha (onde fica o Relógio Astronómico), Monte Petřín, Antigo Cemitério Judaico, Dancing House e também a Praça Venceslau. Mas para além disso aconselho mesmo a visitar os parques e jardins, que são incríveis e mesmo muito bonitos, como por exemplo o Jardim Wallenstein e o Jardim Letná (no qual tem a vista completa da cidade e conseguimos ver as nove pontes que dividem Praga (uma delas a Charles Bridge).
    Não caiam no erro de subir às torres (que não é gratuito). Eles gabam-se que têm a melhor vista da cidade, mas é mentira. Caí pelo menos nesse erro três vezes. A vista mais bonita da cidade, situa-se num Miradouro que fica no Monte Petřín. Para conseguir-se ir lá temos de ir de Funicular.
    Já agora se tiverem curiosidade de sair à noite, não visitem os bares ou discotecas que se encontram nos guias turísticos, esses locais são perfeitos para vos “roubarem dinheiro” e vão acabar por não se divertirem. Vão ao bar Vzarkovna é um local fantástico e totalmente diferente do que estamos habituados a ver.

    Jardim Letná

    Jardim Letná

    Jardim Letná

    Jardim Letná
     
    7) O que consideras essencial ter na mala quando se viaja para Praga?
    Como não apanhei o Verão de lá vou acabar, se calhar, por não aconselhar tão bem, mas o calor deles é idêntico ao nosso portanto, o essencial é: t-shirts, vestidos, macacões e calções. Não podem esquecer-se do protector solar e de uns bons ténis para caminhar. Levar uma mala pequena, para facilitar nos passeios pela cidade, também ajuda.
    O inverno é que é muito diferente do nosso. É um frio seco que pode chegar aos vinte graus negativos. É essencial levar um bom casaco, de preferência de penas, mas por baixo do casaco uma camisola fina, porque qualquer local em que se entra está quente. Aconselho também umas boas botas, com umas boas meias quentes (isso é muito importante), gorros, luvas (muito importante) e gola/cachecol.

    8) É necessário uma carteira recheada quando viajamos para Praga ou conseguimos fazer uma boa vida com pouco dinheiro?
    Praga não é uma cidade cara, a moeda deles é a Kc (coroa), 27kc vale 1€. Claro que em certos museus, restaurantes ou cafés/esplanadas junto de espaços turísticos, os preços mudam. Eu sou uma pessoa de aproveitar ao máximo o que a cidade oferece, por isso gosto sempre de estar confortável com o dinheiro que tenho, sem estar sempre a fazer contas. Mas se visitarmos Praga em dois dias não precisamos de uma mala recheada.

    9) Tiveste oportunidade de conhecer outras cidades ao redor de Praga. Quais? O que mais te cativou em cada uma delas?
    Praga felizmente é uma cidade que se encontra no centro da Europa o que facilita muito a ida para outros países, a preços fantásticos.
    Um dos países que tive oportunidade de conhecer, por ter ganho (juntamente com outros colegas meus) um protejo de escola, foi Londres. Infelizmente como estava em Praga, esta viagem foi feita ao desconhecido. Os meus colegas partiram de Lisboa e a escola conseguiu-me arranjar bilhetes para eu partir de Praga. Até hoje penso e digo que não sei como tive coragem para ir sozinha de avião até Londres, apanhar um comboio durante uma hora até ao centro da cidade e ainda apanhar o famoso metro Londrino até ao hostel. Nessa altura não consegui ligar para nenhum professor ou colega meu, apenas tinha o meu famoso inglês para me ajudar. Felizmente em momentos de pânico ele funciona bastante bem e os londrinos foram muito prestáveis e ajudaram-me quando estava perdida.
    Não há muito para falar de Londres, infelizmente não tive oportunidade de conhecer muito, é uma viagem que espero fazer futuramente.
    As outras duas viagens que fiz pela Europa foram a Viena e a Berlim. Estas já fiz com os meus companheiros de casa e fiz de autocarro.
    Para Viena foram três a quatro horas e para Berlim foram cinco a seis horas. Deixo aqui o apontamento que os autocarros são baratíssimos e fantásticos, fornecem café, chocolate quente e outras bebidas, à borla, que são deliciosas - e com o frio que estava ainda souberam melhor. Também temos disponível, em cada lugar, televisão para que individualmente cada um possa ver um filme (até que são recentes), jogar, ouvir música ou então podermos ver em que local estamos e saber quanto tempo falta para chegarmos.
    Amei qualquer cidade que visitei, mas a que me deixou de boca aberta e a que me faz querer voltar mais tarde, é sem sombra de dúvida Berlim. O hostel que fiquei hospedada em Berlim foi o Mitte e em Viena foi o Do Step Inn.

    Londres

    Londres  

    Viena

    Berlim

    Berlim

    10) Qual seria para ti a viagem de sonho? Está nos teus planos para breve?
    Gosto muito de viajar portanto dar um local em concreto é difícil. Mas uma das minhas viagens de sonho é conhecer as ilhas de São Tomé e Príncipe e o Japão. São viagens que estão apenas em pensamento. Nada está para breve.

    Todas as fotografias foram tiradas pela Catarina e não podem ser reproduzidas sem autorização.

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