I haven´t been everywhere but it is on my list

sexta-feira, junho 09, 2017


A caminho do Joshua Three Park, EUA

Quem me conhece sabe que adoro viajar, conhecer outras culturas, outros rostos, outras vidas. Aproveito qualquer oportunidade (feriados, fim-de-semana prolongados, férias) para sair de Macau e ir a um cantinho qualquer. É nessas viagens que me sinto verdadeiramente feliz. Viajar não quer dizer necessariamente sair do país, pode ser conhecer a aldeia/cidade na outra ponta. É sair da nossa zona de conforto, é conhecer outras realidades, explorar.
Confesso que ao fim de tantas viagens, tantas que lhes perdi a conta, há coisas que já pesam. Já não me sinto assim tão entusiasmada ao fazer e desfazer a mala, dirigir-me ao aeroporto, esperar horas sem fim em escalas e desesperar em voos que parece que não acabam. Mas quando chego ao destino, considero sempre que continua a valer a pena. E muito. 

Há pessoas que dizem que viajar sabe bem mas voltar à rotina e ao conforto da casa é ainda melhor. Ai não...Voltar à rotina não sabe bem. Quem é que quer voltar à rotina quando poderia estar a beber um gin em Bali a ver o pôr-do-sol? Quem é que quer voltar à rotina quando poderia estar a subir o monte Hallasan em Jeju? Quem é que quer voltar à rotina quando poderia estar a comer pad thai em Phuket? Quem é que quer voltar à rotina quando poderia estar a ajudar um elefante bebé? Para mim, é rara a viagem que eu diga "foi bom mas já chegou, quero voltar à minha rotina". Houve, certamente aquela em que apanhei um escaldão tão grande que só estava bem nua, em frente ao ar condicionado do quarto, e essa pode ter sido uma das poucas ocasiões em que realmente desejei estar em casa.


Bali, Indonésia

Mas nem sempre foi assim. Pode ser uma surpresa para alguns, mas este amor de viajar não surgiu desde cedo. Quando era pequena, lembro-me perfeitamente dos meus pais me querem levar a passear e eu preferir ficar com a minha avó na aldeia. Mas isso é outra história. É que sabem, a minha avó era daquelas avós que andava comigo às cavalitas, que me fazia castelos com pedras na ribeira, que me levava a andar de baloiço, que me fazia talaças e filhoses, que me dava figos, que jogava cartas comigo, que me deixava tomar banho no tanque ou de mangueira. Por isso não é de estranhar que todas as férias eu quisesse ir para o Ourondo, para junto da minha avó.


Ourondo. Portugal


Lembro-me perfeitamente quando os meus pais me anunciaram que vínhamos viver para Macau. Era a primeira vez que fazia uma viagem tão grande de avião, era a primeira vez que viajava para a Ásia, era a primeira vez que deixava todos os meus amigos e família para trás. E é aqui que vocês esperam que vos diga que começou o meu amor por viajar. Não, estão enganados. Na verdade, odiei Macau assim que cá pus os pés. Odiei a humidade que se cola à pele. Odiei o cheiro. Odiei a língua. Não me integrei bem. Só queria voltar a Portugal, ao meu cantinho, à tal aldeia. Era uma realidade diferente. 1995, 14 anos. Antes da Cotai Strip, do centro comercial do Venetian (tínhamos o antigo Yahoan), do cinema do Galaxy (tínhamos o velhinho cineteatro), dos mais diversificados bares e restaurantes. Lembro-me que a minha maior preocupação na altura era saber se havia Mac Donalds...

Macau


Mas como se costuma dizer "Macau estranha-se e depois entranha-se". Com o tempo fui-me apaixonado pela cultura e consequentemente pelas suas gentes. A mistura da cultura chinesa com a portuguesa, o patuá, o yam cha, as gentes e suas tradições. Hoje em dia tenho até pena da maneira como Macau mudou e se perdeu muito daquilo que era a sua identidade. Mas isso é tema para outro post.


 Whynn Palace, Macau


No nosso primeiro Natal em Macau fomos à Austrália. E foi aí sim que começou este gosto por viajar. Adorei a Gold Coast mas adorei ainda mais Sidney, apesar de termos ficado presos num elevador no dia de Natal...Começou então o bichinho que nunca mais me largou.

Sidney, Austrália


Aquilo que mais gosto, é começar a planear a viagem. Pensar no local onde quero ir, o que ver, onde comer, o que explorar, ver hotéis, sonhar com praias, lugares diferentes. 

Aos poucos, fui-me apercebendo que o tipo de viagem que mais gosto é a roadtrip...Engraçado, quando era pequena estava sempre a perguntar "Já chegamos?", "Falta muito?". Enjoava, odiava andar de carro. E agora é exactamente o oposto. Embora ainda enjoe de vez em quando, mesmo ao volante (sim, eu sei todos juram a pés juntos ser impossível mas aconteceu na Nova Zelândia!). Alugar um carro no local para onde viajamos dá-nos outro tipo de liberdade. Fazer km e km, ao sabor do nosso pensamento, ir parando se algo nos chama a atenção, continuar se não gostarmos de determinado sítio, experimentar motéis, hotéis, um pouco de tudo. Partir à aventura, recorrer a mapas quando não há gps, nem internet, nem sinal de rede. Contactar com partes isoladas e pessoas com histórias interessantíssimas.

Great Ocean Road, Austrália


Neste momento, fiz apenas três roadtrips, Nova Zelândia, EUA e Austrália. A Nova Zelândia foi sem dúvida uma das viagens da minha vida. Se puderem, só vão. A beleza natural é simplesmente incrível. A outra viagem da minha vida foi Bali. Apesar de se ter tornado demasiado turístico ao longo dos anos, Bali tem aquilo que eu mais procuro quando viajo: uma cultura maravilhosa, natureza linda, praias paradisíacas e a melhor comida do mundo.

Bali, Indonésia


Quais são as próximas viagens? Para já tenho uma city break planeada em Bangkok mas é só em Novembro. Mas na minha wishlist está o Nepal, Guilin, Myanmar, a Grande Barreira do Coral, Hawaii, Route 66, Irlanda, Maldivas, entre outros. 

Uma coisa é certa, quando deixar Macau definitivamente quero viajar durante 5, 6 meses. Pode ser que aí este bichinho se acalme. I haven´t been anywhere but it is on my list.

NOTA: Todas as fotos pertencem à autora e não devem ser reproduzidas sem autorização

O que para vocês significa viajar? Qual a viagem da vossa vida? E qual o vosso próximo destino?
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